Cannabis medicinal reduz sintomas de várias doenças, afirma estudo

A pesquisa também demonstrou que o uso da substância está associado a efeitos colaterais que não são graves para a maioria dos pacientes

Pesquisadores da Universidade do Novo México, nos Estados Unidos, descobriram que a cannabis medicinal proporciona alívio imediato dos sintomas de dezenas problemas de saúde. Em uma análise com dados do aplicativo Releaf App, que registra os efeitos do uso de cannabis no país, mais de 94% dos usuários relataram melhora em relação à manifestação dos sintomas após a autoadministração da substância.

De acordo com os professores Jacob Miguel Vigil e Sarah See Stith, que conduziram a pesquisa, isso pode refletir a capacidade dos fitocanabinóides da planta em regular a saúde mental e física.

O Releaf App é um programa de software educacional projetado para registrar como o uso de cannabis corresponde a mudanças na intensidade de sintomas e efeitos colaterais de doenças. “Se os resultados encontrados em nossos estudos puderem ser extrapolados para a população em geral, a maconha poderá substituir as indústrias de medicamentos de bilhões de dólares em todo o mundo. É provável que já esteja começando a fazê-lo”, comentou Vigil.

A pesquisa foi realizada em dois momentos. Na primeira parte, em 27 diferentes condições de saúde, como convulsões e depressão, os usuários relataram uma redução média dos sintomas de quase 4 pontos em uma escala de 1 a 10, após o consumo de cannabis. A segunda concentrou-se no uso da flor de maconha natural bruta para o tratamento da insônia.

“A cannabis pode melhorar vários sintomas regulando o funcionamento homeostático, condição de estabilidade do organismo”, falou Vigil. “O potencial medicinal deste conceito e a aplicação prática para tratar várias condições de saúde é diferente de qualquer outro medicamento conhecido.”

Esses estudos também mostraram que o uso de cannabis está associado a efeitos colaterais que não são graves. A maioria dos usuários do Releaf relatou ficar mais relaxada, tranquila e confortável (efeitos positivos), enquanto uma pequena parcela apresentou sensações negativas, tais como paranoias, confusões e dor de cabeça. 

“Os estudos observacionais são mais apropriados do que os projetos de pesquisa experimental para medir como os pacientes escolhem consumir cannabis e os efeitos dessas escolhas”, disse Vigil. “Ao coletar enormes quantidades de informações inseridas pelo próprio paciente, podemos medir por que eles consomem maconha, os tipos de produtos usados e os efeitos imediatos e de longo prazo de tal uso. “

De acordo com os professores, uso difundido da cannabis como auxílio para dormir e para o tratamento de inúmeros sintomas de saúde ressalta a importância de mais pesquisas sobre o risco-benefício e a eficácia da cannabis como substituta de outras substâncias. 

“O impacto econômico do tratamento com maconha também deve ser considerado, levando em conta o ônus dos opióides e de outras prescrições de alto risco nos sistemas de saúde, que foram forçados a implementar modificações nas práticas gerais de atendimento ao paciente, incluindo programas de monitoramento de prescrição”, falou Stith.  

“Se o risco-benefício de curto prazo da cannabis encontrado em nossos estudos reflete o potencial terapêutico de longo prazo, a substituição da cannabis por medicamentos tradicionais poderia reduzir o risco de interações medicamentosas perigosas”, ela acrescentou. 

Fonte: Galileu

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