Argentina aprova primeiro acordo público-privado para pesquisa e produção de Cannabis Medicinal

Por Thiago Ermano | 29 de janeiro de 2021

A Argentina vive um momento ímpar quando o assunto é produção e pesquisa de Cannabis. Isso porque, há pouco mais de dois meses foi regulamentada a Lei 27.350que possibilita pesquisas médicas e científicas sobre o uso medicinal da planta e seus derivados. E nesta semana outra vitória da indústria da Cannabis local, que conseguiu firmar o primeiro acordo público-privado entre o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) e a empresa Pampa Hemp. Esse acordo terá como objetivo promover a produção nacional, o desenvolvimento de técnicas de cultivo, variedades genéticas e banco de sementes.

Segundo notícias publicadas pela imprensa argentina, a empresa – que é co-fundadora e é membro da Câmara Argentina de Cannabis (ARGENCANN) – e o INTA promoverão a PPP com foco inicial em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e em atividades produtivas, com o desenvolvimento de técnicas de cultivo de cannabis, com diferentes variedades genéticas. 

Nesse sentido, será feito progresso no desenho de protocolos de produção apoiados na integração e desenvolvimento de tecnologias de rastreabilidade local, inteligência artificial aplicada, automação, sensorização e monitoramento de safras que serão posteriormente escalonáveis ​​em nível agronômico, indicam.

A parceria público-privada com a Pampa Hemp permitirá que os conhecimentos e produtos finais obtidos ficarão à disposição da rede de laboratórios públicos e, com apoio aos laboratórios privados argentinos. São eles que se encarregarão da produção do óleo de cannabis para uso terapêutico e medicinal. Ainda, de acordo com o comunidado, o grau de pureza deve chegar a índice superior a 99%.

Na segunda fase do projeto em parceria público-privada, o objetivo de ambos será o desenvolvimento de uma genética própria de sementes de Cannabis – direcionado aos fins medicinais, e outras utilizações para consumo humano seguro. É por meio da estabilização das variedades locais de cannabis e da criação de um ‘banco de sementes’ que permita ter germoplasma adaptado às condições da geografia e do clima do país.

Ignacio Terrile – Diretor da Estação Experimental de Pergamino/Arquivo

“É um grande desafio e uma enorme oportunidade tanto para o INTA quanto para os profissionais que participarão do projeto”, disse Ignacio Terrile, diretor da Estação Experimental de Pergamino (EEA). Terrile explicou que o objetivo principal: “Iniciar um processo de geração de conhecimento de alto valor científico-tecnológico, fundamental para o desenvolvimento da indústria relacionada à produção de derivados de cannabis na Argentina”.

A partir desse elo, teremos a oportunidade de fazer parte do desenvolvimento nacional, investigação e cultivo de cannabis, gerando transferência tecnológica, que empodere a indústria”. 

Para o INTA, a experiência é inédita: “O compromisso é de fortalecer a integração público-privada, como estratégia para estimular a inovação de que nosso país precisa e ampliando sua inserção nos mercados agroindustriais globais”, disse Terrile ao periódico argentino Página 12.

“Temos capacidade de inovar para exportar para o mundo”
Pablo Fazio – Coordenador Operacional e sócio-fundador da Pampa Hemp/Ámbito

Segundo os sócios-fundadores da Pampa Hemp, Sebastián Tedesco e Pablo Fazio (em destaque na foto), Argentina é um dos principais países agroexportadores do mundo e teria capacidade de inovação para exportar cannabis para os quatro cantos do planeta. “Não [falamos] somente sobre nossa produção, mas também pela transferência de conhecimento científico e tecnológico agrícola, aprimorando nossos próprios modelos de produção”, destaca Fazio.

Informações finais indicam que os dirigentes da Pampa Hemp querem gerar exportações da produção local, levando para o mercado global produtos de cannabis argentinos “de alta qualidade, seguindo as normas e fornecendo todas as certificações correspondentes, aos diversos mercados internacionais.”

Com informações do site Página 12, da ABICANN e com curadoria da redação Green Science Times

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