Plantio de cannabis permitido por lei em Canoas

Foto: Paulo Pires/GES

Caroline Pereira da Silva completou 10 anos no último dia 5 cheia de vitalidade. Seria uma informação banal se não fosse por um detalhe: ela é portadora da Síndrome de Dravet, doença que desencadeia crises convulsivas frequentes e danos neurológicos. A expectativa de vida da menina era 12 anos, mas tudo mudou para a família canoense a partir do uso da maconha medicinal. Graças a uma decisão liminar obtida no ano passado, os pais de Carol plantam cannabis e extraem em casa o óleo utilizado no tratamento. Seis gotas diárias – combinadas, hoje, com apenas um anticonvulsivante, garantem à criança uma qualidade de vida nunca imaginada pela família.

Em dezembro de 2019, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) passou a autorizar a fabricação e a venda de medicamentos à base de cannabis, mas proibiu o cultivo. Para a sorte de Carol, a decisão não alterou sua rotina. “Nós estamos na excepcionalidade. A decisão da Anvisa não alterou nada para nós porque temos a liminar”, conta a mãe, Liane Pereira.

A evolução impressiona: Carol brinca, corre, desenha, monta quebra-cabeças e mergulha na piscina de plástico instalada no pátio da casa – o que era impossível antes devido a uma sonda, e há um ano e quatro meses as convulsões estão apenas na memória. Em 9 de julho, meses antes da resolução, Liane foi a Brasília, a pedido do senador Paulo Paim (PT), dar seu depoimento sobre o tratamento. “A luta continua. Eu não quero que todo mundo plante, que tenha maconha em casa. Nossa luta é pela Carol e por muitas Caróis.”

Só o começo

A família mora no bairro Nossa Senhora das Graças e foi a primeira gaúcha (34ª no Brasil) a obter na Justiça o direito ao cultivo. Para Liane, a decisão da Anvisa representa um começo, não uma solução. “Nos deu uma luz no fim do túnel, mas para cultivar ainda é uma luta judicial e eu acho que deve ser mesmo. Para mim, a cannabis é remédio, e remédio deve ser prescrito. Eu não decidi simplesmente plantar. O uso foi indicado pela neurologista da Carol”, explica. O documento que permite o plantio tem validade até abril. “Temos 13 plantas e agora vamos entrar com um pedido de habeas permanente.”

Fonte: Diário de Canoas

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