ANVISA: Apenas 1220 prescritores indicaram canabidiol e THC para pacientes no Brasil

Por: Thiago Ermano* | 20 de outubro de 2019

A negação governamental sobre a importância do ‘Sistema Endocanabinoide‘ para a saúde humana têm dificultado o entendimento entre profissionais das áreas médicas e científicas. Neurologia é a especialidade que mais indica a terapêutica canábica. Em contrapartida, os consultórios geriátricos conhecem menos, de acordo com informações exclusiva, obtidas pelo Green Science Times.

Com base nas informações fornecidas pela Gerência de Produtos Controlados (GPCON), área técnica da ANVISA (Agência Nacional da Vigilância Sanitária), até o dia 29 de setembro foram fornecidas um total de 11.840 autorizações para pacientes conseguirem importar o canabidiol ao Brasil.

E foram cedidas 13.392 autorizações para a entrada de medicamentos efetivamente no país. Essa é a mesma quantidade de unidades por produtos que foram computadas suas entradas, até o momento.

Perguntado sobre quantos médicos já prescreveram canabidiol no Brasil, a GPCON informa que “já foram recebidas solicitações de, aproximadamente, 1.220 prescritores diferentes”. Desses, só há registro de um prescritor que é profissional liberal. Trata-se de um Odontólogo.

Veja agora as especialidades médicas que estão prescrevendo no Brasil e observe (entre parênteses) a quantidade de autorizações de produtos à base de canabidiol indica aos pacientes:

Neurologia (5103) | Psiquiatria (1688) | Neuropediatria (1157) | Radiologia (747) | Clinica Medica (623) | Neurocirurgia (616) | Reumatologia (376) | Pediatria (269) | Cirurgia Geral (256) | Ortopedia (196) | Clinica Geral (140) | Nutrologia (112) | Não registrada ( 97) | Anestesiologia (73) | Acupuntura (72) | Dermatologia (55) | Medicina Esportiva (51) | Medicina Intensiva (40) | Neurofisiologia (39) | Geriatria (30).

Reações Adversas ou produtos falsos?

Até o momento, foram recebidos 13 relatos de reações adversas relacionados ao uso de produtos à base de canabidiol. A ANVISA analisou os casos e não foram encontradas reações graves. O assunto abre discussões sobre a circulação de produtos falsificados, que prejudicam saúde de pacientes na corrida contra a morte, em muitos casos.

Importações: In Natura e Ações Coletivas

A Anvisa não possui estas informações sobre a importação de cannabis in natura, conseguida por ordem judicial. Um tema a se observar, nos próximos anos.

Perguntado, ainda, se já ocorreu importação coletiva por associações de produtos à base de canabidiol, fomos informados de que “não houve ainda importações coletivas por associações”. “E nem importação coletiva por planos de saúde”. Muito em breve, organizações devem começar a judicializar para baratear medicamentos para os pacientes no país.

As informações apresentadas pelo Green Science Times foram obtidas via Lei de Acesso à Informação (12.527/2011), que regulamenta o direito constitucional de acesso às informações públicas. Essa norma entrou em vigor em 16 de maio de 2012 e criou mecanismos possibilitando a qualquer pessoa, física ou jurídica, sem necessidade de apresentar motivo, o recebimento de informações públicas dos órgãos e entidades.

A Lei vale para os três Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, inclusive aos Tribunais de Conta e Ministério Público. Entidades privadas sem fins lucrativos também são obrigadas a dar publicidade a informações referentes ao recebimento e à destinação dos recursos públicos por elas recebidos. Conheça os principais aspectos da LAI, e solicite informações sobre canabidiol

Sobre o Green Science Times: Somos um canal de informação internacional, especializado em acompanhar a movimentação da Cannabis Medicinal (no Brasil e no mundo), pelo enfoque social, científico, médico, legislativo e mercadológico. Por meios de conteúdo especializado e ético, pretendemos desmitificar o tema para garantir o direito à vida e o acesso à saúde de brasileiros. Somos informação e também comunidades. Somos Green Science Times!

* talkwith@greensciencetimes.com

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